RECURSOS ENERGÉTICOS
PETRÓLEO
A exploração de petróleo
O petróleo é uma mistura natural de hidrocarbonetos, originária da matéria orgânica de- positada com os sedimentos que preenchem as bacias sedimentares. À medida que novas ca- madas são depositadas, os sedimentos mais antigos vão ficando em profundidades cada vez maiores, nas quais a pressão e a temperatura atuam para converter a matéria orgânica em hidro- carbonetos. Condições muito especiais são necessárias para que se forme uma acumulação de pe- tróleo. Além das condições adequadas de pressão e temperatura, para amadurecer e transformar a matéria orgânica em petróleo, é essencial a existência de rochas geradoras ricas em matéria orgânica.
Onde é encontrado o petróleo?
O petróleo é encontrado nas bacias sedimentares, que são depressões na superfície da terra preen- chidas por sedimentos que se transformam, em milhões de anos, em rochas sedimentares. Essas bacias cobrem vasta área do território brasileiro, em terra e no mar.
Também é necessária a existência de comuni- cação entre as rochas geradoras, na maioria das vezes folhelhos ricos em matéria orgânica, e as rochas-reservatórios, porosas e permeáveis, nas quais o petróleo é acumulado. O processo de mi- gração do petróleo pode ser facilitado pela exis- tência de falhas, que são rupturas nas camadas que funcionam como dutos ou que colocam as ro- chas geradoras em contato direto com as rochas- reservatórios. Para que o petróleo seja acumula- do em subsuperfície, é necessário que haja um arranjo espacial adequado entre rochas porosas e permeáveis (reservatórios) e rochas impermeá- veis (selantes), formando o que se convencionou denominar de armadilha ou trapa. Os processos de geração, migração e acumulação de petróleo atuam numa escala de tempo geológico, com os intervalos expressos em milhões de anos.
Quanto maior a espessura sedimentar, maio- res serão as chances para que todas as condições necessárias à formação de acumulações de petróleo sejam satisfeitas. Essas condiçõessão encontradas em vários pontos da margem continental brasileira, mas são mais pujantes na bacia de Campos. Devido à origem e à evolução das bacias sedimentares que compõem as margens continentais, a dimensão e o volume de seus campos de petróleo podem ser muito maiores que os dos campos encontrados nas áreas continentais. O volume de petróleo da bacia de Campos, por exemplo, perfaz algo em torno de 80% do volume total de óleo descoberto no Brasil. Deste, cerca de 80% encontram-se em águas profundas. Atualmente, vários campos gigantes de petróleo estão identificados sob lâminas d’água entre mil e 3 mil metros, na bacia de Campos, alguns já em fase de produção. A existência de campos semelhantes é esperada em outras bacias da margem continental, especialmente naquelas adjacentes à bacia de Campos.
A exploracão de petróleo na margem continental brasileira. Logo após a perfuração de alguns poços exploratórios na plataforma continental, jazidas petrolíferas foram descobertas nas bacias submarinas, notadamente na bacia de Campos, situada na margem Sudeste brasileira. Essas descobertas trouxeram novo alento às expectativas de de- senvolvimento nacional, a partir de uma possível auto-suficiência na produção de petróleo.
Quase concomitantemente às primeiras descobertas na plataforma continental, a crise mun- dial nos mercados de combustíveis, ocasionada pela Guerra do Oriente Médio, elevou o preço do barril de petróleo a níveis nunca antes atingidos. Numa tentativa de atender às demandas cada vez maiores de petróleo, o Presidente da República autorizou, em 1975, a seleção e a abertura de áreas do território nacional para exploração por companhias estrangeiras, por contratos com cláu-
sula de risco. Os contratos de risco, no Brasil, não resultaram num incremento significativo das atividades exploratórias, embora grande número de companhias tenha atuado naquele período, en- tre todas as gigantes do setor. Eram contratos de prestação de serviços exploratórios com cláusula de risco, o que significava que a Petrobras receberia todos os serviços executados, de levantamen- tos geofísicos, perfurações exploratórias, análises, relatórios, etc., no entanto, só pagaria por esses trabalhos caso ocorressem descobertas de petróleo consideradas comerciais. Convém salientar que todo o petróleo descoberto seria de propriedade da União. Durante uma década, várias companhias atuaram no Brasil e apenas uma acumulação comercial de gás foi descoberta.
A necessidade crescente de combustíveis para o desenvolvimento, os sucessos exploratórios na plataforma continental e os altos preços do petróleo importado propiciaram ao Brasil, por meio da Petrobras, investir sistematicamente na exploração de sua região oceânica. Em res- posta a esse investimento, vários campos petrolíferos foram descobertos nas bacias situadas na plataforma continental, e a produção brasileira, que, em 1970, era de 167 mil barris/dia, passou a 564 mil barris/dia, em 1985, atingindo, no final de 1997, a marca de 1 milhão de barris/dia. A produção média da Petrobras, em 2004, chegou aos seguintes números:
Aproximadamente dez anos após as primeiras descobertas na plataforma continental, a Petrobras descobriu o seu primeiro campo gigante na região do talude continental, em lâmina d’água maior do que 700 metros, abrindo nova fronteira exploratória e novo patamar tecnológi- co de produção de hidrocarbonetos. A produção desses campos é um processo sofisticado e que requer tecnologia específica e precisa, devido aos riscos ambientais envolvidos. Entretanto, os volumes de óleo encontrados nos campos de água profunda justificam o desenvolvimento da nova tecnologia e, hoje, a Petrobras é detentora dos recordes mundiais de completação em poços em lâmina d’água profundas, com poços produtores situados em lâminas d’água superiores a 2 mil metros e poços exploratórios em profundidades maiores que 3 mil metros. A produção desses
campos requer também um bom conhecimento das condições ambientais e de estabilidade do subsolo marinho, em que se assentarão todos os equipamentos de extração de petróleo. Condições de mar, força e direção de ondas e correntes também devem ser precisamente conhecidas, bem como a circulação submarina, para que operações seguras de produção possam ser executadas.
Uma nova mudança no cenário da indústria do petróleo ocorreu com a Lei nº 9.478, promulgada em 6/8/1997, que decretou a quebra do monopólio da Petrobras referente a ex- ploração, produção, transporte, refino e importação de petróleo e derivados e a criação da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). A ANP é uma autarquia sob regime especial, com personalidade jurídica de direito público e autonomia patrimonial, administrativa e financeira, vinculada ao Ministério de Minas e Ener- gia, criada como órgão regulador da indústria do petróleo. A ANP tem por finalidade promover a regulamentação, a contratação e a fiscalização das atividades econômicas da indústria do petróleo, de acordo com o estabelecido na legislação e nas diretrizes emanadas do CNPE e em conformidade com os interesses do País. O CNPE é órgão de assessoramento do Presidente da República para a formulação de políticas e diretrizes de energia do Brasil. Destina-se a promo- ver o aproveitamento racional dos recursos energéticos e é um órgão interministerial presidido pelo Ministro de Minas e Energia. Muitas das maiores empresas internacionais do ramo do petróleo estarão atuando junto com a Petrobras, num ambiente competitivo, e as expectativas são de que o processo exploratório seja acelerado, tendo como resultado a descoberta de novas
reservas e o aumento da produção de petróleo.
Atividades na área oceânica
As operações da indústria do petróleo estão sujeitas a acidentes desde as suas fases iniciais de exploração, quando os primeiros poços são perfurados, até as fases finais do processo, quando o óleo é transportado. Na exploração dos recursos energéticos da área submarina ad- jacente ao Brasil, a Petrobras tem grande atua- ção, pois, além da busca de jazidas de petróleo, produz, refina, transporta e comercializa esses recursos. A empresa possui excelente registro de segurança nas suas operações, uma vez que não ocorreu até hoje qualquer acidente de gran- des proporções, causador de degradação do meio ambiente nas regiões de mar profundo.
Um contingente responsável pela segurança pessoal, patrimonial e do meio ambiente faz parte de toda tripulação de sondas e navios transportadores de óleo e gás. Possui também um grupo de estudos das condições geológicas próximas ao fundo do mar, responsável pelas investigações da segurança técnica das áreas, antes que as perfurações sejam executadas.
Por ser o petróleo um recurso extremamen- te estratégico, o conhecimento do potencial petrolífero do território brasileiro deve ser es- tabelecido em seu maior grau de precisão pos- sível. Esse conhecimento depende tanto de investimentos nas áreas de tecnologia, quanto naformação de pessoal, principalmente de investimentos de alto risco em áreas pouco exploradas.
As margens continentais correspondem à transição entre a crosta continental e a oceânica. São regiões onde espessos pacotes sedimentares podem ser encontrados e, como o petróleo é gerado e acumulado nessas rochas, possuem grande potencial petrolífero. A Petrobras e a Marinha do Brasil executaram, com o Projeto Levantamento da Plataforma Continental (Leplac), um extenso trabalho, para propiciar que o País exerça direitos de soberania na exploração e no aproveitamento dos recursos naturais do leito marinho e do subsolo ao longo de seu extenso território submerso. O exercício de tais direitos nessa região é importante para o Brasil, pelos recursos nela existentes. Devido às incógnitas ainda contidas nas regiões submarinas, não seria surpresa se novos recursos minerais e novas utilizações fossem ali definidos. Assim, é necessário um investimento contínuo na obtenção de conhecimento, para que a sociedade brasileira esteja sempre preparada para decidir sobre as utilizações dos recursos existentes em suas margens continentais.
Garoupa, a primeira grande descoberta
As perfurações na bacia de Campos começaram em 1971, mas os sete primeiros poços resultaram secos. Em 1973, foi iniciada a perfuração do poço l-RJS-7, encarada como a última tentativa. Fosse este outro poço seco, certamente ocorreria grande atraso no processo exploratório da região.
Em lâmina d’água de 110 metros, o RJS-7 era um poço difícil e a perfuração pros- seguia lentamente. A previsão era perfurar até 3,5 mil metros e alcançar a Formação Macaé, composta de rochas calcárias. Mas a equipe queria interromper o poço, pois nele trabalhava há meses, sem resultados. O então chefe da Divisão de Exploração da Petrobras, Carlos Walter Marinho Campos, determinou que a perfuração continuasse, lembrando-se dos calcá- rios que produziam grandes volumes de petróleo no Oriente Médio, em poços com até 5 mil metros de profundidade. Mandou que a sonda prosseguisse até a profundidade final prevista, encontrando-se uma zona saturada de petróleo. Os testes mostra- ram vazões muito baixas, e o poço foi classificado como subcomercial. Apesar de não ser uma acu- mulação economicamente viável, essa descoberta é considerada a impulsionadora da sucessão de êxitos da Petrobras na Plataforma Continental. Havia óleo na bacia de Campos.
GÁS NATURAL
O gás é o combustível do século XXI. É mais econômico e ecologicamente correto, por ser menos poluente. Quando entra em combustão, libera menos CO2 para o ar e menos resíduos no motor ou na turbina, o que reduz custos de manutenção e aumenta a vida útil do equipamento. Pode ser usado na geração de energia, em veículos, indústrias, comércio e residências. É um grande potencial energético a ser explorado no Brasil.
O grande volume de gás natural descoberto na bacia de Santos e no litoral do Espírito Santo, na Região Sudeste, viabiliza a consolidação do mercado brasileiro, até aqui abastecido pelas reservas da Petrobras no Brasil e na Bolívia. Os primeiros testes, em apenas dois poços da bacia de Santos, in- dicaram capacidade de produção superior a 12,5 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia.
O poço 1-RJS-587, no bloco BS-500, mostrou potencial de 10 milhões de metros cúbicos por dia, e o 4-SPS-35, no bloco BS-400, de 2,5 milhões de metros cúbicos por dia. Parte do bloco BS-400 já foi transformada no Campo de Mexilhão, que deverá ser desenvolvido nos próximos anos. Novos modelos geológicos para a bacia de Santos foram identificados com o auxílio de tecnologias de última geração, principalmente na área de geofísica, onde foram adquiridos e
interpretados novos e volumosos dados em três dimensões.
Na bacia de Sergipe-Alagoas, a Petrobras identificou acumulações de óleo leve, importantes para a região. Na bacia do Espírito Santo, vários poços pioneiros encontraram reservatórios arenosos com óleo leve e gás natural. Foram as maiores descobertas feitas na porção marítima da bacia. Estudos indicam que ali está se configurando uma nova província de óleo de excelente qualidade de gás natural.
HIDRATOS DE GÁS
Hidratos de gás são formados por cristais especiais de gelo, que possuem uma molécula gasosa aprisionada em sua estrutura cristalina.
Diferentes hidrocarbonetos podem estar aprisionados nos cristais de gelo; o metano, no en- tanto, é o composto normalmente encontrado na maioria dos sedimentos oceânicos. O gás com- primido junto à estrutura dos cristais de gelo se expande de tal forma, quando liberado, que 1 m3 de hidrato chega a fornecer até 164 m3 de gás (USGS, 1999).
Os hidratos são estáveis a temperaturas baixas (inferiores a 4ºC), como normalmente ocorre junto aos sedimentos submarinos situados em lâmina d’água superior a 500m e, normalmente, desde a superfície do fundo submarino a no máximo mil metros de profundidade na coluna sedi- mentar, sendo este limite inferior definido pelo gradiente geotérmico local.
Depósitos de hidratos de gás estão presentes em diversas margens continentais de todo o mundo, no entanto, ainda não existem determinações precisas sobre o volume desses depósitos em todas as regiões de ocorrência. Acumulações importantes já foram mapeadas nas margens Leste e Oeste dos Estados Unidos, na costa ártica do Canadá e do Alasca, na margem do Japão, na costa da Noruega, na margem pacífica da América Central e até mesmo na Antártica.
A quantidade mundial total de carbono contida nos hidratos de metano é equivalente a duas vezes a quantidade total de carbono presente em todos os combustíveis fósseis existentes na Terra, incluindo carvão, petróleo e gás natural. Equivale também
a 3 mil vezes a quantidade de carbono presente na atmosfera (KVENVOLDEN, 1995).
Normalmente, o reconhecimento dos hi- dratos de gás no fundo submarino é feito por métodos sísmicos, uma vez que os hidratos formam uma camada congelada, a determi-
nadas profundidades, dentro dos sedimentos,paralela à superfície do fundo submarino.
Essa superfície altamente refletiva, conhecida como BSR, Bottom Simulating Reflector, é, então, facilmente identificada por sísmica de reflexão.
A ocorrência de hidratos de gás na margem continental brasileira foi reportada em pelo menos duas grandes áreas: na bacia de Pelotas e na bacia da Foz do Amazonas (Figura 5.50) (SAD et al., 1997; 1998). Em ambas, os hidra- tos ocorrem em talude e elevação continentais, em áreas de elevadas taxas de sedimentação.
A primeira região, na bacia de Pelotas, está associada ao cone submarino do Rio Grande, notável progradação sedimentar da margem, que se desenvolveu do Mioceno ao Recente. Nes- sa região, os hidratos de gás ocorrem em uma faixa alongada na direção NE-SW, abrangendo uma área aproximada de 40 mil a 50 mil km2, em lâminas d’água que variam entre 500 e ,5 mil metros. Acumulações de 135 bilhões de m³ de gás no local foram estimadas, o que forneceria 2,2 X 1.013m3 de gás nas condições super- ficiais de temperatura e pressão (SAD et al., 1997).
A outra ocorrência, na bacia da Foz do Amazonas, está associada ao leque submarino do Amazonas, outro grande depósito de pé de talude e elevação continental, derivado do fluxo de sedimentos pelo cânion submarino do Amazonas durante períodos de mar baixo. Uma área de ocorrência de 28 mil km2 foi estimada para essa região, sob lâminas d’água de 600 a 2,8 mil me- tros, com espessura aproximada de 450 metros. Estima-se em 1,2 X 1.013 m3 o volume total de gás convertido para as condições de pressão e temperatura superficiais (SAD et al., 1998).
Apenas nessas duas ocorrências, suplanta-se em quase 150 vezes o volume atual das reservas totais de gás natural em todas as bacias marinhas e terrestres brasileiras.
A exploração dos hidratos de gás ainda demanda desenvolvimento de tecnologia apropriada. Em função dos grandes volumes de gás acumulados como hidratos, a liberação desses gases para a atmosfera pode ter grande influência até mesmo no clima terrestre. Além disso, existem sérios problemas de engenharia para extração desses hidratos, muitos deles relacionados à estabilidade do fundo submarino. Por outro lado, o metano é consideravelmente mais eficiente e menos poluente
do que quaisquer outros hidrocarbonetos, não produzindo partículas ou compostos de enxofre.
PERGUNTAS E RESPOSTAS
1) Considerando pesca e maricultura:
(I) de onde provém a maior quantidade de pescados, hoje? (I) pesca
(II) qual delas se encontra em maior ritmo de crescimento (II) maricultura no Brasil e no mundo?
2) A produção mundial de pescados aumentou muito nos últimos anos. Cite alguns tipos de avanços tecnológicos que contribuíram para isso.
Fibras sintéticas, equipamentos de suporte à navegação e à pesca, equipamentos de conser- vação do pescado.
3) A produção pela pesca marítima não tem aumentado. Qual o motivo?
A sobreexplotação dos estoques, a inviabilidade de aumento de captura para a maior parte dos recursos.
4) No Brasil, em particular, a produção de pescados aumentou muito após a década de 60. Qual a razão desse incremento?
Os incentivos fiscais concedidos pelo Governo Federal ao setor pesqueiro, particularmente em 1967.
5) As águas próximas à costa suportam maior produção de pescados que as mais distantes.
Quais fatores oceanográficos explicam esse fato?
A menor disponibilidade de nutrientes nas áreas afastadas da costa e a grande profundidade das águas (3,8 mil metros, em média), em relação à camada de penetração de luz para a realiza- ção da fotossíntese (em média, até 200 metros).
6) No Brasil, os recursos pesqueiros oceânicos guardam algumas vantagens em relação àqueles costeiros. Exemplifique.
Alto valor comercial para exportação (albacoras); ciclo de vida independente das águas costeiras, em muitos casos poluídas; elevado peso individual e biomassa elevada.
7) Os produtos da pesca e da aqüicultura não são utilizados apenas no consumo humano. Cite outro tipo de destinação para os pescados.
Farinha e óleo que servem de base para o fabrico de rações.
8) Cite exemplos de peixes que correspondem ao maior volume de captura no mar brasileiro.
Sardinha, bonito-listrado, pescadas, tubarões, corvina, pargo, tainhas, atuns, cavalinha, peixe-sapo.
9) Além de peixes, outros animais são intensamente pescados (ou catados, ou coletados) no mar brasileiro. Cite exemplos.
Camarões, lagostas, caranguejos, ostras, mexilhões.
10) Cite alguns estados brasileiros onde existem fazendas de camarões (carcinicultura).
Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Ceará, Paraíba, Pernambuco.
11) Quais os impactos negativos da criação de camarões marinhos ao meio ambiente?
Do ponto de vista científico, a concentração de fazendas de criação de camarões gera impac- tos negativos ao meio ambiente. Entre outras preocupações, deve-se ter cuidado com espécies exóticas e é necessário que se cuide da qualidade da água, promovendo monitoramento cons- tante dos criatórios. Tais cuidados visam a evitar a poluição dos mangues e de outros recursos hídricos. Atualmente a carcinicultura busca tecnologia sustentável, tanto para não prejudicar as crias, quanto para não gerar efluentes prejudiciais ao meio. Com essa atividade os pescadores se mantêm ocupados, gerando renda, principalmente em locais com altos índices de desemprego. Possíveis impactos devidos à implantação do empreendimento, de acordo com a Resolução Conama n° 312, de 10 de outubro de 2002:
• degradação do ecossistema e da paisagem;
• exploração de áreas de empréstimo para aterro (construção de talude);
• risco de remobilização de sedimentos para a coluna d’água na fase de implantação;
• perda da cobertura vegetal;
• redução da capacidade assimilativa de impactos futuros;
• redução de áreas de proteção/berçários de espécies autóctones/nativas;
• redução de áreas propícias à presença de espécies em extinção;
• risco de alteração de refúgios de aves migratórias;
• alteração da função de filtro biológico;
• comprometimento dos corredores de trânsito de espécies nativas;
• impacto dos resíduos resultantes dos processos de cultivo, pré-processamento e processamento;
• alterações físico-químicas e biológicas de corpos receptores de efluentes;
• impactos sobre o aqüífero e conseqüente aumento da cunha salina;
• recuperação de áreas abandonadas pelo cultivo;
• risco de introdução de espécies exóticas.
12) Por que devemos soltar um peixe que ainda não tem o tamanho mínimo permitido para captura?
Quando se captura um peixe abaixo do tamanho mínimo (estabelecido a partir do conhecimento do tamanho de primeira maturação), deve-se soltá-lo para assegurar que ele desove pelo menos uma vez e contribua para a manutenção do estoque pesqueiro. Em virtude do grande número de espécies de peixes e da falta de recursos para pesquisas, o Brasil ainda não dispõe de informações suficientes para estabelecer o tamanho mínimo de captura para a maioria das espécies.
Devolver o peixe com vida à água, independente de estar dentro ou não das medidas esta- belecidas pela legislação, é uma forma de o pescador amador contribuir para o sucesso de sua próxima pescaria e também maneira de manter o emprego de muitas pessoas que dependem da pesca amadora como fonte de emprego e renda, principalmente as populações locais. Não há hotel pesqueiro nem guia de pesca que sobreviva sem que o meio ambiente esteja em condições adequadas para receber o pescador amador.
É claro que não é necessário soltar todos os peixes. É importante soltar principalmente os pei- xes jovens e os muito grandes, que podem dar emoções a muitos outros pescadores. Mesmo um adepto do pesque-e-solte com certeza vai querer ficar com um peixe de sua preferência. Inclusive
alguns peixes podem ficar muito machucados e não conseguirem resistir.
O pesque-e-solte não é simplesmente devolver o peixe à água, mas praticar uma pesca
ria qu permita a sobrevivência do peixe. Para isso, o equipamento deve ser requilibrado.
Por exemplo, linha muito fina para determinado tamanho de peixe pode fazer com que a briga demore demais, cansando o peixe além de sua capacidade de resistência. Deve-se dar preferência a anzóis sem farpa, que machucam menos os peixes e também o pescador, em caso de acidente. Só existem boas razões e vantagens para se pescar com anzóis sem farpa, como por exemplo, a facilidade de pegar peixes grandes, porque, como eles têm a boca mais dura, o ressalto da farpa dificulta a perfuração.
Ao retirar o peixe da água, todo cuidado é pouco. O ideal é não usar nenhum equipamento e as mãos devem estar molhadas. Alguns equipamentos, como puçá, alicate e bicheiro, facilitam o manuseio e, se usados de forma adequada, não são tão prejudiciais. Nunca se deve segurar o peixe pelas brânquias (guelras), pois é o mesmo que danificar seu pulmão. Quanto menos tempo um peixe permanecer fora d’água, melhor. E de preferência na posição horizontal.
Nunca solte um peixe antes que ele esteja totalmente recuperado. Solte-o num remanso, segurando-o firmemente pelo pedúnculo caudal com uma das mãos e colocando a outra mão no entre, posicionando-o contra a corrente e movendo-o para frente e para trás.
13) Qual o tamanho e a localização da bacia de Campos?
A área sedimentar conhecida pelo nome de bacia de Campos tem cerca de 100 mil quilômetros quadrados e se estende do Espírito Santo (próximo a Vitória) até Cabo Frio, no litoral Norte do Estado do Rio de Janeiro. Em terra, os limites da bacia podem ser definidos pelos morros que a cercam.
14) Como foi originada a bacia de Campos?
Há cerca de 100 milhões de anos, a separação dos continentes sul-americano e africano começou a definir os limites atuais da costa brasileira. Como resultado desse afastamento, surgiu uma grande bacia, denominada bacia Atlântica, que ainda hoje continua se expandin- do a uma taxa de cerca de dois centímetros por ano. No início da separação, formaram-se, localmente, junto ao limite dos novos continentes, bacias sedimentares, como as de Pelotas, Campos e Espírito Santo, no lado oriental do Brasil, e Cuanza, Gabão e Cabinda, no lado ocidental da África, entre outras. Nos milhões de anos seguintes, as variações climáticas, os movimentos da crosta terrestre e outros eventos locais provocaram rebaixamentos ou ele- vações no nível do mar, alterando o limite da linha da costa. Na região em questão, o aterro natural, formado por sedimentos despejados pelo Rio Paraíba do Sul no Oceano Atlântico ao longo do tempo, contribuiu para formar uma planície com vastos campos, que deram origem ao nome da cidade: Campos dos Goytacazes.
15) Por que a bacia recebeu o nome da cidade de Campos, embora, na área marítima, situe-se em dois estados e em frente a várias cidades?
Da mesma forma que as cidades, os sítios geológicos, no caso as bacias sedimentares, recebem nomes de acidentes geográficos ou cidades próximas. Esse procedimento é seguido internacionalmente e regido pelo Código de Nomenclatura Estratigráfica, adotado pelos geólogos. Assim, foi batizada a bacia de Campos, como foram as de Pelotas, Santos, Foz do Amazonas, Recôncavo Baiano e outras. Curiosamente, no caso de Campos, a cidade devolveu a um acidente geográfico o nome que recebeu em razão dos campos formados pelos sedimentos acumulados em milhões de anos.
16) Quando foi iniciada a produção de petróleo na Plataforma Continental do Estado do Rio de Janeiro?
A produção comercial de petróleo na bacia de Campos começou em agosto de 1977, com o poço 1~EN~1~RJS, com vazão de 10 mil barris/dia, no Campo de Enchova, onde foi instalado um Sistema de Produção Antecipada (SPA) sobre plataforma flutuante.
17) Por que a Petrobras adotou esse sistema?
Os sistemas convencionais de produção marítima então adotados no mundo, com uti- lização de plataformas fixas, tinham tempo muito longo de maturação – de quatro a seis anos. Com a utilização do SPA, o tempo entre a descoberta do campo e o início da produ- ção foi reduzido para apenas quatro meses, trazendo grande agilidade, maior flexibilidade operacional e considerável economia para os trabalhos no mar. Com isso, foi possível iniciar a produção de óleo enquanto eram construídas as plataformas fixas que depois seriam instaladas, constituindo os sistemas definitivos.
18) Quais as outras vantagens dos Sistemas de Produção Antecipada?
Os técnicos da Petrobras empregaram, nesses sistemas, várias tecnologias inovadoras, como a ancoragem de navio, o tanque em quadro de bóias, as tubulações flexíveis e os manifolds submarinos. O mais importante foi que, assim, os engenheiros da Companhia começaram a co- nhecer as operações em mar aberto e a treinar pessoal numa atividade nova em todo o mundo. Em sete anos, foram instalados 22 desses complexos, que deram origem aos atuais Sistemas Flutuantes de Produção. Sem eles seria impossível extrair petróleo de poços em águas profundas e ultraprofundas, de 2 mil metros ou mais de lâmina d’água.
19) Por que a Petrobras partiu para descobertas em águas profundas?
Até 1984, foram descobertos diversos outros campos menores. Como os levantamentos de superfície sísmica indicavam a existência de grandes estruturas favoráveis à ocorrência de pe- tróleo em lâminas d’água superiores a 200 metros de profundidade, a Companhia partiu para conquistar essas novas fronteiras. O desafio logo surtiu efeito com a descoberta, em 1985, do primeiro campo gigante do País – Albacora – em águas além dos 200 metros de profundidade. Depois, foram localizados outros campos gigantes: Marlim, Roncador, Barracuda e Caratinga. Mais recentemente, novos campos de grande porte foram descobertos na área da bacia de Campos adjacente ao Estado do Espírito Santo, dando origem aos campos de Jubarte e Cachalote. Essa nova área produtora passou a ser conhecida como Parque das Baleias. Estudos recentes indicam que 50% das reservas ainda por descobrir no Brasil se situam em águas profundas. A previsão é de que, em 2007, quando o Brasil deverá tornar-se auto-suficiente em petróleo, cerca de 85% venham da produção de reservatórios em águas profundas e ultraprofundas.
20) Qual o poço produtor de petróleo em águas mais profundas do País?
Situado a 1.886 metros de profundidade, o poço RO~21 do Campo de Roncador é o de maior lâmina d’água do País e um dos mais profundos do mundo.
21) Já ocorreu alguma descoberta além dos 2 mil metros de profundidade?
O poço 1~BRSA~18~ESS, localizado na Bacia de Campos, confirmou a existência de acumulações de óleo em águas ultraprofundas (2,243 metros), abrindo uma nova fronteira exploratória para a atuação da Petrobras no País.
Algumas idéias a desmistificar...
Pensando ser... Mas na verdade...
A costa brasileira banhada por águas muito favoráveis a produção pesqueira...
A produção de pescados no Brasil impor- tante apenas para o consumo dentro do País...
O produto da pesca utilizado apenas para consumo humano...
A maior produção de pescados no Brasil proveniente da pesca dita industrial, realizada em embarcações de grande porte...
Nossa costa é banhada por águas que, relativamente àquelas da Costa Oeste da América do Sul, são pobres em nutrientes.
É crescente a exportação de peixes capturados em águas oceânicas, bem como de camarões produzidos em cultivos.
Uma parte dos pescados é aproveitada, na forma de farinha de óleo, em ração animal.
É a pesca artesanal, realizada por comuni- dades litorâneas com embarcações pequenas, a responsável pelo maior volume de pescados.
O estabelecimento de um sistema representativo de unidades de conservação, geralmente na forma de parques ou de áreas de proteção ambiental, acrescido de áreas sob outras categorias de manejo, é um dos principais alicerces da estratégia de conservação de biodiversidade.
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