sábado, 17 de setembro de 2011

A distribuição vertical da temperatura e a termoclima

A DISTRIBUIÇÃO VERTICAL DA TEMPERATURA E A TERMOCLINA

De maneira geral, no plano vertical, os oceanos podem ser divididos em três camadas. A camada mais superficial estende-se desde a superfície até uma profundidade entre 50 m e 200 m, apresentando grande homogeneidade devido à intensa mistura, razão pela qual é comumente chamada de camada de mistura ou misturada. Abaixo desta, situando-se entre
50-200 m a 200-1.000 m, encontra-se uma camada de intenso gradiente térmico, denomina- da de termoclina, na qual há uma queda brusca da temperatura. Por fim, após a termoclina, a temperatura volta a declinar de forma mais gradual até o fundo marinho. Nas regiões polares, assim como nas regiões temperadas durante o período de inverno, a diferença de temperatura entre a superfície e o fundo é pequena e assim a termoclina não se desenvolve. Entretanto, nas regiões temperadas, durante o verão, e nas regiões tropical e equatorial, durante todo o ano, a termoclina é bastante evidente. A presença constante da termoclina, particularmente nas regiões equatoriais, é fator importante de empobrecimento, na medida em que impossi- bilita a mistura vertical, dificultando consideravelmente, portanto, o transporte de nutrientes de águas mais profundas para águas mais rasas onde a fotossíntese é possibilitada pela pre- sença de luz. Nas regiões temperadas, a termoclina é erodida sazonalmente, praticamente desaparecendo durante o inverno, o que permite maior mistura da coluna de água, facilitando conseqüentemente o aporte de nutrientes de zonas mais profundas para as camadas mais su- perficiais. Nas regiões equatoriais, embora a termoclina seja permanente, sua profundidade varia sazonalmente, em função da variação da temperatura da superfície e da intensidade dos ventos, sendo mais rasa no verão e mais profunda no inverno. Nessas regiões, a termoclina coincide geralmente com uma camada de máxima salinidade e mínimo oxigênio dissolvido. Os baixos teores de oxigênio resultam da menor atividade fotossintética decorrente da menor intensidade de luz, em relação à camada misturada, associada à maior demanda resultante do acúmulo de detritos pelo aumento da densidade da água do mar.
Em função do forte gradiente térmico, a termoclina constitui zona de forte descontinuidade faunística, havendo espécies, portanto, que se distribuem acima, dentro ou abaixo dessa camada. O conhecimento da estrutura vertical da temperatura, principal- mente da termoclina, é, portanto, de fundamental importância para definição da estratégia de operação dos aparelhos de pesca na área oceânica, uma vez que determinará a
profundidade de maior abundância das diversas espécies.

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